O CÁRCERE
Que vim eu aqui ver!? Uma masmorra
Úmida, estreita, onde respiro apenas!
Se a fronte elevo, o negro teto;
Se estendo os braços, a largura abranjo;
dois passos bastam para medir seu fundo.
Que vim eu aqui ver!? Nomes escritos
De um lado e de outro de centenas de homens,
Que como eu curiosos peregrinos
vieram visitar este recinto.
Vós, meus olhos, nada vedes;
Mas minha alma no passado,
um vate vê encerrado
Nesta lúgubre prisão;
Aqui chorou longos dias,
longas noites, longos anos,
Quem por olhos soberanos,
Enlouqueceu de paixão.