O AMOR
Os profundos e negros amargores
Em que eu mergulho a vida, inexperiente,
Não tem nem luz, nem sol, nem sons, nem flores....
Unicamente lágrimas e dores,
Vácuo, sombras e luto constantemente...
Feliz de quem não sofre, nem os sente!
É tão amargo o mel destes amores
Que de goza-los, fico descontente
E sinto que me inundam de repente
Os profundos e negros amargores provocadores das mais lacinantes dores.
Da vida o espinho agudo e pungitivo
Quanto se é mais feliz, mais fundo crava,
Acelera o sangue quente e ativo...
E nada lava o golpe fundo e vivo,
Essa aberta ferida nada lava!
É preciso livrarmos a alma escrava
E libertar o coração cativo,
Quando nos vem o amor, que é doce e trava,
Abre-se o golpe, e o golpe mais agrava
Da vida o espinho agudo e dolorido.
O amor a toda natureza encanta,
É como o som da música inspirada,
Tudo que sobre o globo ruge e canta,
Seja fera ou planta,
E essa aventura sempre desejada,
Gozar!Gozar! As vezes é TUDO, as vezes é NADA.