segunda-feira, dezembro 14, 2009

Morte

Silenciosa madona da tristeza,

A morte abriu-me as catedrais radiosas,

Onde pairam as formas vaporosas

Do país ignorado da Beleza.

Num dilúvio de lírios e de rosas,

Filhos da luz de uma outra Natureza,

Que entornavam no espaço a sutileza

Dos incensos das naves harmoniosas!

Monja de olhar piedoso, calmo e austero,

Que traz à Terra um tênue reverbero

Da mansão das estrelas erradias...

Irmã da paz e da serenidade,

Que abriu meus olhos na Imortalidade,

À esperança de todos os meus dias!