segunda-feira, janeiro 08, 2007

O funeral das aranhas




I

Editores de texto,
microsoft word,
open office 2.0,
linux ou windows!?
Que dilema!
Na verdade isto se torna uma discussão pequena,
descobre-se que não é este o problema,
Qual é o programa!?
Não interessa!
O mundo tem pressa,
não há tempo para ficar olhando pela janela,
preciso de solução!
A menos que seja eu o teorema por detrás da tela?
decifrando a equação,
numa mera tentativa de compreensão do LCD, não do LSD,
vi uma aranha!
não é fruto da alucinação,
só acredita quem vê!?

Percepção aracnídea,
possibilidades da imaginação,
observação e constatação.


Eu no entanto, não consigo estabelecer nenhum tipo de comunicação,
ou conexão,
estou sem internet, e com o celular mudo na mão!
não achei nem o ícone de inicialização.

Pois não é que matei a maldita aranha neste instante sem nem ver!
apenas com o pé no chão,
e um pouco de pressão,
que eleva o batimento do coração de vidro,
impregnado pelo veneno,
não do ácido lisérgico,
mas da aranha que me picou.
Morta ela já está!
Eu logo vou!

II

Segue a escrita do sonhador,
como a fotografia,
captando todas impressões,
umas de tristeza, outras de alegria,
uma entre milhões,
apenas uma dor.

Matei uma aranha escondida nas meias,
outra no meio do processo,
em todo lugar elas fazem suas teias,
eu que fique com o resto.

Não se trata de paranóia,
os insetos estão tomando conta do meu lar,
ainda bem que não é uma jibóia,
nem mesmo um jaguar.

Amanhã irei detetizar a casa,
na vã tentativa de me livrar dos hóspedes indesejados,
veneno por veneno,
quero ver se não mato os desgraçados,
bichos pequenos e peçonhentos,
estou pagando meus pecados!

Prefiro aranhas do que as bocas das serpentes,
dessas que adoram falar de todo mundo,
cheias de maldade, completamente maldizentes,
de um rancor profundo.

Falem mal,
não lhes julgo,
sigo meu caminho,
sou um animal,
que anda sozinho,
não como refugo.
Escorpião!
instintivo e perigoso,
não queiram sentir o meu ferrão,
pois é demais doloroso.
Cuidado! Olhem onde pisam!E se conseguirem! Olhem para o próprio rabo!


III


A fumaça branca espantou,
densa e eficiente,
os que ficaram ela matou,
espero que não tenha sobrado nenhum resistente,
como eu,
que metamorfoseado pela ação do cigarro incandescente,
ainda não se entregou,
tragando o veneno lentamente,
observando o que sobrou,
mesmo que tolerante aos agentes nocivos parcialmente,
olhem o que meu vício causou!
vapor letal corrosivo hipnotizante,
malditos malefícios deixou,
lhes digo tristemente,
coitado de quem fumou!
vejam infelizmente,
onde estou!
Cercado de bichos mortos,
varro os pedaços pelo chão,
pernas e braços tortos,
asas espalhadas por cima do colchão,
raspas e restos.

Carcaças despedaçadas,
um tanto retorcidas,
outras simplesmente foram esquecidas,
a fim de não serem decifradas.