quarta-feira, janeiro 10, 2007

O ÉBRIO


“Bebi! Mas sei porque bebi!... Buscava
Em verdes nuanças de miragens ver
Se nesta ânsia suprema de beber,
Achava a Glória que ninguém achava!
E todo dia então eu me embriagava
Novo Sileno, em busca de ascender
A essa Babel fictícia do Prazer
Que procuravam e que eu procurava.
Trás de mim, na atra estrada que trilhei,
Quantos também, quantos também deixei,
Mas eu não contarei nunca a ninguém
A ninguém nunca eu contarei a história
Dos que, como eu, foram buscar a Glória
E que, como eu, irão morrer também.”

Augusto dos Anjos