terça-feira, fevereiro 08, 2011


FEBRUOCTO


Eu, jamais aprendi a amar as formas e os movimentos
Da estrofe mais ideal das perfeitas harmonias mudas,
Eu sinto as tortas decepções juntas aos grandes deformados desalentos
E tenho um riso meu como o sorrir de Judas.

Eu peço que não creias
Que eu amo esta existência e não lhe queira um fim;
Há tempos que não sinto o sangue pelas veias
E a Morte talvez seja afável para mim.

Assim a Morte diz. Verbo crepuscular íntimo velado,
Silencioso intérprete das coisas invisíveis e do sagrado.

Eu quero só fugir das coisas e dos seres,
Quero apenas abandonar esse mundo, a vida triste e má
Na véspera do dia em que também morreres,
Morreres de pesar, por eu não viver já!