CRACK
The Rolling Stones Of The Hell
Século XXI, novo milênio, tempos modernos... novas definições.
Antigamente craque era aquele jogador bom de bola,
Que com habilidade encantava multidões,
Agora, o crack é outro, mudou até a grafia,
É um subproduto da cocaína que sucumbe os corações,
Que ataca e destrói a família,
Não importando a geografia
Ou a camada social, a devastação é geral.
Crianças tornam-se assaltantes,
Matam por um simples real,
Atacam irmãos, pais e mães, caem os dentes, ficam dementes e nada mais é como antes,
Perde-se completamente a noção do que é normal, do que é moral.
É uma praga social,
A pedra rolante do inferno, a pedra do mal.
E aí!? Sou o crack! Pegue essa lata ou o cachimbo e sinta como é legal!
- Ok! Vamos lá! Vou fumar! Quero ser o tal!
Otário! Você agora é um animal.
Pronto! Fui convidado a entrar e o jovem corpo possuir,
Pelos pulmões já me entranhei, e tudo vou devorar,
Belos músculos atrofiar e tua mente destruir,
Vou deixar teus neurônios arrebentados, modificando todo o seu pensar.
Euforia bateu lá no céu, dopamina em profusão encharcando o cabeção.
Quando o louco efeito cessa, o que mais te resta?
Debater-se em fissura, exigindo uma nova explosão.
Outra vez, tudo de novo, os olhos arregalam como se fossem sair para fora do rosto, volta a excitação da ilusão até saltar as veias da testa.
O sono se perdeu e todo o cansaço desapareceu,
Alimenta-se de viagens paranóicas onde tudo é assombração,
Ligado em falsas sensações, sem noções de higiene, ou sem se preocupar se comeu.
Dependência quase que imediata e ficar muito doidão,
1, 2, 3, 4, 5 segundos. Efeito de curta duração. 1, 2, 3, 4, 5, já passou o pauladão, é fim de festa.
Noiado, alerta: “Me ajude! Não sei mais o que fazer!?”
Coloca novamente uma lata na boca torta até ficar com cara de besta,
Mais uma vez nesse embalo, em espiral decadente... até quase morrer.
Sou a pedra da convulsão, uma parada noiada, a droga da escravidão,
Eu destruo casas, invado famílias desestruturadas,
Tomo seus filhos, e isso é só o começo. Não é alucinação.
Sou mais nociva do que todas as outras drogas já inventadas.
Prazer! Sou o crack!
Se precisar de mim, sou facilmente encontrado,
Eu vivo perto de você, no campo, na cidade e na calçada,
Vivo com os ricos, vivo com os pobres, com os velhos e com a molecada,
Vivo nas ruas e talvez na porta ao seu lado,
Sou feito em laboratório, mas não como você pensa,
Também posso ser feito na cozinha,
O meu poder é impressionante, prove-me e verá,
Prove-me duas vezes e invado a sua alma
Depois de te possuir, você roubará, você mentirá e se prostituirá.
O crime que você cometer para obter meus encantos,
será a dor que você sentirá em seu corpo.
Você esquecerá suas qualidades e virtudes,
Você perderá a consciência e vou moldá-la à minha maneira,
Vou ter tudo de você, a sua aparência e o seu orgulho,
Você olhará no espelho sentindo nojo e pena de si mesmo,
Você irá ficar de quatro e rastejar pelo chão catando os imaginários pedaços,
Na cinza você escurecerá as pontas dos dedos na procura de mais um pouco,
Você irá tossir dia e noite até vomitar,
Os dedos da mão irão queimar e queimar,
Vou estar sempre com você, direto ao seu lado,
Você desistirá de tudo, da sua família, do seu amor,
Dos seus amigos, do seu dinheiro, então você estará sozinho.
Vou tomar e levar, até você não ter mais nada para dar,
Você irá ficar por dentro igual a uma lata vazia,
E quando eu terminar com você, você terá sorte ou azar por ainda estar vivo,
Vida sem Vida,
Vou te transformar em um zumbi, numa caveira ambulante!
Posso lhe trazer mais sofrimento do que palavras podem expressar.
Vem!
Vem! Segure a minha mão, deixe-me levá-lo ao inferno.
Vem! Deixe-me apresentá-lo ao meu pai, o Diabo.