Inferno
Há no centro da Terra ampla caverna,
Reino imenso dos anjos rebelados,
Lago horrendo de enxofres inflamados,
Que acende o sopro da Vingança eterna.
O seu fogo maldito é sem lucerna,
Que faz trevas dos fumos condensados.
Seus tetos e alçapões, enfarruscados,
Não deixam lá entrar a luz externa.
Silvosos gritos, hórridos lamentos,
Blasfémias, maldições, desata o vício
Bramando, sem cessar, em seus tormentos.
Que imensos réus no eterno precipício
Caindo estão, a todos os momentos!
O Inferno sem fim, fatal suplício.
Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'
Há no centro da Terra ampla caverna,
Reino imenso dos anjos rebelados,
Lago horrendo de enxofres inflamados,
Que acende o sopro da Vingança eterna.
O seu fogo maldito é sem lucerna,
Que faz trevas dos fumos condensados.
Seus tetos e alçapões, enfarruscados,
Não deixam lá entrar a luz externa.
Silvosos gritos, hórridos lamentos,
Blasfémias, maldições, desata o vício
Bramando, sem cessar, em seus tormentos.
Que imensos réus no eterno precipício
Caindo estão, a todos os momentos!
O Inferno sem fim, fatal suplício.
Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'