quinta-feira, junho 09, 2016


(...) Quando eu digo que sou a luz das estrelas, não estou falando de mim. O pedreiro lá da frente de casa, que está construindo um edifício, canta essa música [“Gita”] como se fosse ele. Isso porque nós somos o verbo ser. Sendo o que você tem a vontade de ser, não existe mais nada. Nós somos, e está acabado. Tudo é. Então, o eu é fortíssimo. Você tem que ter primeiro a consciência do eu para poder respeitar terceiros e então fazer o que você quer, que é tudo da lei, da sua lei.

Raul Seixas. Entrevista “Eu sou o meu país”. Revista POP, março de 1975.