(...) Quando eu digo que sou a luz das estrelas, não estou falando de mim. O pedreiro
lá da frente de casa, que está construindo um edifício, canta essa música [“Gita”]
como se fosse ele. Isso porque nós somos o verbo ser. Sendo o que você tem a
vontade de ser, não existe mais nada. Nós somos, e está acabado. Tudo é. Então, o
eu é fortíssimo. Você tem que ter primeiro a consciência do eu para poder respeitar
terceiros e então fazer o que você quer, que é tudo da lei, da sua lei.
Raul Seixas. Entrevista “Eu sou o
meu país”. Revista POP, março de 1975.