quarta-feira, maio 30, 2018


"MASS CONTROL"

Odeith


sexta-feira, maio 25, 2018


"NEW WORLD ORDER"


segunda-feira, maio 21, 2018



Progresso Aparente

O homem progride em todos os sentidos. Domina a matéria, é incontestável, mas ainda não se sabe dominar a si mesmo. Sim, façam-se caminhos de ferro e telégrafos, atravessem-se num abrir e fechar de olhos terras e mares, mas dirijam-se também as paixões como se conduzem os aeróstatos: abulam-se sobretudo as paixões malignas que, apesar das máximas liberais e fraternas da nossa época, ainda não perderam o seu domínio detestável sobre os nossos corações. É nisso que reside o verdadeiro progresso, e até a verdadeira felicidade! Mas, pelo contrário, até parece que os nossos instintos de cobiça e de gozo egoísta foram infindamente ainda mais excitados por todas estas inovações materiais.

O desejo de uma felicidade impossível, que seria obtida independentemente na satisfação que nos vem da paz da alma, é indissociável já de qualquer nova descoberta e parece fazer retroceder no tempo a quimera desse paraíso dos sentidos. A patifaria e a traição, a ingratidão e a baixeza interesseiras estão constantemente à espreita nos nossos corações!
 
Eugène Delacroix, in 'Diário'


Angel Boligan



Angel Boligan











Mais Solitários do que Supomos


À força de estarmos conectados, numa disponibilidade indistinta e sem horário, acabamos por nos desconectar das pessoas a quem mais queremos. O resultado é este: ficamos mais próximos dos desconhecidos e mais desconhecidos dos que nos são próximos. São muitas as atitudes que podemos tomar para diminuir saudavelmente o nosso grau de hiperconexão à net, reconquistando espaços de qualidade, de reflexão, de governo de si, de partilha com os outros ou de necessário repouso. 

A primeira atitude, porém, é afirmar o direito a desconectar-se. Só isso fará recuar a síndrome da «hiperconectividade» que nos condiciona a todos, indiferentemente de idades e contextos: mensagem chama mensagem, e com uma urgência que se sobrepõe a tudo; os pais atendem mais vezes o telefone celular do que aos filhos pequenos que vivem com eles; os amigos não conseguem dizer uns aos outros «gosto muito de ti, mas não vou responder a todos os teus whatsapp»; os namorados não sabem amar-se sem a mediação das redes sociais; gasta-se um tempo precioso a responder, replicar, retorquir tontices por monossílabos, alimentando a ilusão de que diante de um ecrã nunca se está sozinho. Mas aí estamos solitários mais vezes do que supomos.

José Tolentino Mendonça, in 'O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas' 







“Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade.”


Albert Einstein





“A internet entrega acesso instantâneo a todo tipo de ideias, opiniões, perspectivas, informação. Isto de fato ampliou as nossas perspectivas ou as fez mais estreitas? Eu acho que ambos. Para alguns, as perspectivas foram ampliadas. Se você sabe o que está procurando e tem um senso razoável de como proceder, a internet pode ampliar as suas perspectivas. Mas se você se aproxima da internet de forma desinformada, o efeito pode ser o oposto.”


Avram Noam Chomsky


sábado, maio 19, 2018


- usa vs  nk -

Ano: 2018
Direção: Caius Cesar 
Direção de animação: Caius Cesar
Pós produção: Jhonatan Luiz
Sound designer: Vinícius Alves

LINK: https://www.animallstudio.com/usavsnk

quinta-feira, maio 17, 2018


"Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que o morto, as roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus."

Eduardo Galeano





Soneto de Maio


Suavemente Maio se insinua
Por entre os véus de Abril, o mês cruel
E lava o ar de anil, alegra a rua
Alumbra os astros e aproxima o céu.

Até a lua, a casta e branca lua
Esquecido o pudor, baixa o dossel
E em seu leito de plumas fica nua
A destilar seu luminoso mel.

Raia a aurora tão tímida e tão frágil
Que através do seu corpo transparente
Dir-se-ia poder-se ver o rosto

Carregado de inveja e de presságio
Dos irmãos Junho e Julho, friamente
Preparando as catástrofes de Agosto...


Ouro Preto, maio de 1967.

Vinicius de Moraes