domingo, março 25, 2012



A MENININHA COM BRINCO DE PÉROLA

Escrevo este brinco que você disse
De cores variadas e montagem engendrada por mãos hábeis
Tipo um Matisse
Por vezes não compreendido ou depreciado pelas mentes débeis
Que crescem nas trevas das terras estéreis, num ventre seco abaixo da superfície
Entre o lodo e escuro barro
Onde se fez o escarro do escárnio
A sujeira e imundície.

PF/RS 45ºC

Miragens no calor do verão:
Teus lindos e durinhos peitinhos suados
Encontro-te com minha mão
Deslizando-a por tua pele e cabelos molhados
Engulo-te com meus olhos, minha língua e boca faminta
Aperto-te às vezes com força a fim de que me sinta
Beijo-te e mordo teu lábio
Tu és minha borboleta e eu teu sábio chinês.

Nothing's gonna change my world
Nada vai mudar meu mundo

Palavras desconexas flutuam como uma fria chuva fina sem fim dentro de uma taça de cristal
Elas vibram enquanto deslizam através do Universo
Piscinas de mágoas, ondas de alegrias passando por minha mente, coisas e tal
Possuindo e acariciando o verso.

Trem no trilho trágico
Trinca na mega
Número mágico
Pode correr que não me pega
E se pega não leva, não sou brinquedo de plástico
Mesmo acertando não ganha
Mesmo batendo apanha.
Uns têm esperteza
Outros têm a manha.

Muitos têm tão pouco e poucos têm tanto
Pontes entre o aqui e agora
Espaço tempo acessado pelo pensamento
Refinamento do processo cognitivo
O Universo me chamando para ir embora.