quinta-feira, maio 20, 2010


ALMAS DENTRO DA ALMA

Vivem em Mim inúmeros tipos de Seres esquisitos;
Sou somente o lugar onde habitam,
Onde transitam.
Sou o híbrido Local de Aflitos.
Tenho mais Almas que Uma.
Há mais Eus do que Eu mesmo.
E não há quase nada que os Una.
Do que sinto ou não sinto,
Absinto!

Disputam quem Sou
Ignoro-os. Absorvo-os. Gritam. Nada ditam.
Mesmo assim escrevo ...
E vou!

Os instantes Superiores da Alma
Acontecem nos momentos de solidão,
Quando a carne, o prazer e a ocasião terrena,
Se retiram para muito longe.

Ou quando - Ela Própria - subiu
A um plano tão alto
Para reconhecer menos
Do que a sua Onipotência.

Essa Abolição Mortal
É rara - mas tão bela
Como Aparição - sujeita Ela
A um ar absoluto Imortal.

Revelação da Eternidade
Aos seu favoritos - bem poucos
A imensa substância fluídica Cósmica Universal
Da Imortalidade.

A Alma do Homem
É como a Água:
Do Céu vem,
Ao Céu sobe,
De novo tem
Que descer a Terra,
Em mudança Eterna.

O que sonhei antes de ter, nascido, vivido, digo, descido (caído)
Era perfeito, lúcido e divino
Tudo quanto sonhei foi perdido
Nas ondas caprichosas do destino.

Razões de Ser e de não Ser, contrárias,
Nas emoções que, dentro de Mim, cresceram
Tumultuosas, carinhosas, várias;
Outras várias também morreram.

GrandeS mistérioS impregnam
O íntimo do meu Ser,
O lugar onde hesitam
Grandes seres que fitam
Meu transpor tardo de os Ver.

São criaturas cheias de Abismo,
Como nos sonhos não há.
Hesito se sondo e cismo,
E à minha Alma é cataclismo
O limiar onde está!?

Então desperto do sonho
E sou Anjo de Luz,
Ainda que em um dia nublado e tristonho;
Porque o caminhar é medonho
E todo passo é uma Cruz.

Naqueles Seres que fui dentro de um Ser,
Que viveram demais para Eu viver
A minha Vida escura, luminosa, agitada e calma,

Se desdobraram gestos de menino
E rudes arremedos de assassino.
Foram Almas demais numa só Alma.