terça-feira, janeiro 16, 2007


CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO

"Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,

Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel,

sem compreender nada, numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil

Aonde viessem pousar os passarinhos."

Mario Quintana